Confira o artigo do jornal “O Novo” sobre Propriedade Intelectual em Portugal, os seus desafios e oportunidades.
O resultado de uma entrevista bastante interessante de Joana Petiz a Gustavo A. M. M. Lopes da Silva, Executive Board Member da RCF – Protecting Innovation.
“Na proteção de patentes, dar os passos certos e a tempo também é determinante, mas a maioria das empresas e empreendedores ainda não o faz. Mesmo onde há mais indústria e inovação, muitos estão ainda alheados da necessidade de protegerem as suas criações. E a partir do momento em que algo se torna público – para o que basta uma publicação, mesmo num site com poucas visualizações – já não se pode proteger sob patente.
Para Gustavo Lopes da Silva, seria por isso importante dar gás ao sector da propriedade intelectual em Portugal e para isso seria relevante dar um empurrão, nomeadamente com incentivos do PRR. “Hoje o que existe é muito parco e complexo, com uma empresa a poder aceder a cerca de 1.700 euros por ano para temas de propriedade intelectual”, diz. É por isso que desvaloriza notícias de que os pedidos de patentes em Portugal triplicaram em dez anos. “No norte do país, onde há grande capacidade industrial e inventiva, quase nada está protegido. Um pedido de patente e sua concessão é um processo que pode levar até 18 meses, sendo depois a utilização válida por 20 anos, mas obrigando a validação anual. Neste momento, o rácio de conversão entre patentes pedidas e concedidas é de 36%, ou seja, só cerca de um terço do que se pede é aprovado. E depois, no que respeita à utilização das patentes, empresas como a Bial, a Navigator ou a Amorim conseguem fazê-la na sua plenitude, mas a maioria das PME e startups que abrem estes processos não.”
O responsável da RCF vê por isso grande potencial de crescimento no sector da propriedade intelectual. E sublinha que essa aposta pode verdadeiramente ajudar a valorizar o país, a economia portuguesa e o tecido empresarial nacional. “O que aqui se faz tem qualidade e inovação, mas tem de ser protegido e valorizado.”
Artigo publicado na edição do NOVO de sexta-feira, dia 29 de março https://lnkd.in/deG3gwYp